sábado, 1 de março de 2008

Pessoa-de-candomblé


Pessoa-de-candomblé. Na África, tem os católicos que são "feitos de santo", que têm obrigação, mas acontece uma coisa, meu filho - isso eu digo, por que eu sei, e Vivaldo da Costa Lima também, mas outros que estão aqui, eu não sei se conhecem também a África -, existem os católicos que são de candomblé, existem aqueles católicos que não são de candomblé, nem conhecem, porque, na África, você me perdoe o que eu vou dizer, não é como no Brasil. No Brasil todo mundo "faz santo", todo mundo abre uma casa-de-candomblé. No mundo inteiro tem uma casa-de-candomblé, em todo lugar que você chegue. E, na África, existem africanos, nascidos e criados lá, que não sabem nem pra que lado vai vodum, nem Orixá. Então, eles se entregam ao catolicismo. Quando acham eu e outros mais, eles vêm procurar saber aquela história. E vão procurar, então, o povo deles, para saber o significado do candomblé. Não conhecem o outro lado católico, mas eles sabem rezar e se entregam a Deus. Então, eles dizem: "Sou católico".


Também, na África, eles são fechados. A festa não é pública, isto é, público para quem precisa e vai, porque é muito retirado, é muito longe. Então, vai quem tem necessidade, acredita, não só os que vieram de outros lugares, mas os que são nascidos lá. Todos vão, mas é muito fechado, realmente. Agora existem aqueles católicos que se separam do candomblé, como aqui, também no Brasil. Existe muita gente que diz: "Sou católico", e não procura saber nada do candomblé, por que acha que é uma coisa que não pode ser. Mas aqueles que estudam, vêem e conhecem, eles procuram o candomblé, quando nada, para conhecer, para saber uma história, para saber contar. Se vocês me permitem, eu tenho, aqui, uma irmã, que não é brasileira, é alemã, mas o estudo dela lhe deu oportunidade de conhecer a minha "casa". Ela está andando pelo Brasil, saiu da Alemanha para este fim. Está aqui. Está tomando todo o conhecimento católico, que ela já tem, e do candomblé, tanto da parte de jeje, como de Angola, como dos protestantes, do Jeová, porque ela está fazendo esta história. Ela se interessa. Já outros, como há aqui, no Brasil, não se interessam em saber.

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